Resumo: Após a morte do Papa e a eleição de seu sucessor, um novo assunto dominou o mundo do design e da heráldica: o brasão do Papa Leo XIV. Designers e católicos estão discutindo detalhes técnicos e simbólicos do escudo — da cor de fundo ao uso (ou ausência) da tiara papal.
Quando o design encontra o sagrado: por que o novo brasão está dando o que falar?
Ninguém esperava que a morte de um papa e a eleição de seu sucessor gerassem tanta polêmica no universo do design. Depois das críticas ao kerning na inscrição do túmulo do Papa Francisco, agora o foco está no brasão do Papa Leo XIV, o novo líder da Igreja Católica.
O brasão é inspirado no escudo que Robert Francis Prevost usava quando era cardeal, com adaptações que refletem sua nova posição como Papa. Porém, o que era para ser um símbolo sagrado de unidade e tradição virou alvo de análises detalhadas por parte de designers e entusiastas da heráldica religiosa.

(Crédito da imagem: Vatican News)
Segundo o Vatican News, o brasão reflete as raízes agostinianas do Papa e os valores que ele pretende promover em seu pontificado — especialmente unidade e comunhão dentro da Igreja.
- Formato: o escudo é dividido diagonalmente em dois campos.
- Parte superior: um lírio branco sobre fundo azul, símbolo da Virgem Maria e, segundo alguns, também uma referência à influência francesa em Illinois e à herança familiar do Papa, oriunda da Louisiana.
- Parte inferior: com “fundo claro”, exibe um livro fechado e um coração perfurado por uma flecha, referência direta a Santo Agostinho, que descreveu como a Palavra de Deus perfurou seu coração.
O lema escolhido também segue a tradição agostiniana:
“In Illo uno unum”, que significa “No Único, somos um”, extraído da exposição de Santo Agostinho sobre o Salmo 127.
Mas… que cor é essa?
É aqui que os debates começaram. Alguns usuários no X (antigo Twitter) questionaram detalhes técnicos do brasão:
“O fundo é dourado (or) ou prateado (argent)? ‘Fundo claro’ não é um termo heráldico válido,” comentou um.
“Na ilustração parece creme. Se for argent, por que não remete à flor-de-lis? Se for or, cadê a tiara e a chave?” questionou outro.
Há quem exija até o código hexadecimal e a paleta Pantone oficial do Vaticano para padronizar a identidade visual do novo pontífice.

E a polêmica da mitra (de novo)?
Outro ponto que voltou à tona foi a substituição da tiara papal pela mitra episcopal, um símbolo mais simples. Essa troca foi feita por Bento XVI em 2005 e vem sendo mantida pelos sucessores.
A tiara ainda aparece no brasão oficial da Santa Sé e do Vaticano, mas deixou de ser usada nos brasões pessoais dos papas. Nem todo mundo gostou:
“Triste que ele escolheu a mitra ao invés da coroa papal. Eu tinha esperança de que isso voltasse… É um símbolo forte da realeza de Cristo,” disse um usuário.
“RIP tiara papal,” escreveu outro.
E, claro, não poderiam faltar comentários irreverentes:
“Acho que devia ter uma bandeira americana! Ele é de Chicago.”
Identidade visual até no Vaticano?
Se há uma lição a tirar disso tudo, é que design importa — até nas instituições mais antigas e solenes do mundo. Talvez seja hora de o Vaticano considerar um manual de marca com guias claros de aplicação e cores.